O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) enviou ofícios ao Congresso Nacional na última quinta-feira (29) pedindo a reversão do decreto que amplia a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A entidade, que representa 72 empresas do setor, alerta para o impacto direto da medida sobre os custos operacionais do varejo, especialmente nas linhas de capital de giro.

De acordo com o IDV, o aumento da alíquota do imposto – que pode chegar a 3,95% – incide sobre operações conhecidas como risco sacado ou forfait, usadas por varejistas e seus fornecedores para antecipar recebíveis e manter o caixa em funcionamento. A prática, até então isenta ou com alíquota reduzida, pode ter seu custo total elevado a quase 19% ao ano quando somada à taxa básica de juros (Selic).
A entidade afirma que, por não se tratarem de operações de crédito tradicionais, a nova tributação compromete a liquidez de empresas que dependem dessas ferramentas para manter estoques e abastecer pontos de venda. Pequenas e médias empresas seriam as mais afetadas.
“O aumento do custo nessas operações pode variar de 14,5% a 38,8% e tende a se refletir no preço final das mercadorias, pressionando a inflação e reduzindo a atividade econômica”, destacou o IDV em nota.
Entre as empresas associadas ao instituto estão nomes como Americanas, Carrefour, Riachuelo, Leroy Merlin, Grupo Boticário, Magalu, McDonald’s, Renner, GPA e Livraria Cultura.