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Publicidade sem humanos? A aposta ousada de Zuckerberg na automação total com IA 2p6y5r

Por: Eduarda Camargo 6v5f1w

Chief Growth Officer

Com mais de 10 anos de experiência na área de marketing, atuando como Chief Growth Officer e responsável pela Aquisição e receita de novos clientes na Portão 3, esta executiva é especializada em gestão de crise, crescimento e posicionamento de marca. Sua carreira inclui agens por empresas como Zoop, Hurb (anteriormente conhecido como Hotel Urbano), Ancar Ivanhoe, HSBC, Bradesco e Losango. Além disso, ela também é habilidosa em fornecer treinamentos de media training para executivos de alto escalão, tendo trabalhado com a liderança sênior da Elgin. Seu amplo escopo de atuação abrange diversos setores, incluindo tecnologia, serviços financeiros B2C e B2B, e-commerce, turismo, indústria e varejo, demonstrando um conhecimento abrangente em projetos de comunicação integrada.

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Na era em que o ROAS virou mantra e campanhas digitais contam com milhares de variações de criativos e segmentações, o jogo da publicidade digital está mudando — e rápido. Mark Zuckerberg resolveu acelerar ainda mais essa transformação: segundo ele, o futuro da mídia paga está no conceito de “infinite creative”. Nesse modelo, o anunciante informa apenas quanto pretende investir e qual objetivo deseja alcançar. Todo o resto — da criação de peças à segmentação de público, ando por testes, ajustes e otimizações — é feito de forma automática pela inteligência artificial da Meta.

Profissional analisa dados em um notebook com a tela exibindo “Publicidade IA” e um gráfico de inteligência artificial, em um ambiente de trabalho moderno.
Imagem gerada por IA.

Parece exagero? Não é. Ferramentas como o Meta Advantage+ já estão entregando resultados expressivos, com aumento médio de até 22% no retorno sobre o investimento (ROAS) em relação a campanhas manuais. A lógica por trás disso é simples: algoritmos testam infinitas combinações em tempo real, identificam rapidamente os melhores caminhos e alocam recursos de forma otimizada. Com isso, a Meta deixa claro seu recado ao mercado: o futuro da publicidade será cada vez menos humano — e cada vez mais máquina.

O novo papel dos profissionais de marketing 281i5s

Mas, diante dessa automação radical, uma pergunta inevitável surge: qual é o papel dos profissionais de marketing nesse novo cenário? Se a IA decide criativo, público, formato e entrega, o que sobra para o ser humano? A resposta, embora inquietante para alguns, aponta para uma reinvenção necessária: sobra o que realmente importa.

A automação está deslocando o marketing do plano operacional para o estratégico. Atividades antes manuais e repetitivas estão sendo absorvidas pelas máquinas, enquanto o olhar humano se torna essencial para o que elas ainda não fazem com autonomia: leitura de dados com contexto, construção de marca, planejamento de longo prazo, definição de limites éticos e posicionamento estratégico. O profissional de marketing deixa de ser um executor de campanhas para se tornar um arquiteto de decisões.

Controle financeiro e riscos éticos 2x2l3k

Nesse ambiente, o controle financeiro também assume um papel central. Com campanhas sendo testadas, otimizadas e escaladas em questão de horas — e não mais semanas —, os erros acontecem na mesma velocidade. Uma escolha errada, um orçamento mal distribuído ou a falta de visibilidade sobre os gastos pode consumir milhares de reais antes que alguém perceba. Ferramentas como cartões corporativos digitais com regras, limites e visibilidade em tempo real deixam de ser “nice to have” e se tornam indispensáveis para manter o controle e a sustentabilidade das operações.

No entanto, como toda revolução tecnológica, essa nova era da publicidade também traz riscos que não podem ser ignorados. A falta de transparência dos algoritmos levanta questionamentos éticos importantes. Por que determinado anúncio foi veiculado para uma pessoa e não para outra? Com base em que critérios? Além disso, o risco de uma dependência cega da tecnologia pode levar as empresas a perderem sua identidade e senso crítico. A IA não possui valores, missão ou propósito — e, se não for bem direcionada, pode simplesmente otimizar para o que dá resultado imediato, ainda que isso comprometa a reputação da marca no longo prazo.

Privacidade e responsabilidade humana 285v3j

Outro ponto crítico está nas questões de privacidade. Em um cenário em que os dados são a moeda mais valiosa, garantir a conformidade com legislações como a LGPD e o GDPR não será opcional — será vital. Empresas que não tiverem governança de dados sólida correm o risco de entrar em conflito com órgãos reguladores e perder a confiança do consumidor.

Por isso, embora o futuro da publicidade seja de fato mais rápido, inteligente e automatizado, ele também será mais exigente com os humanos envolvidos. Caberá a eles — a nós — definir as perguntas estratégicas, fiscalizar os caminhos tomados pela IA, interpretar os dados com senso crítico e garantir que os algoritmos estejam servindo aos interesses certos, da forma certa.

As empresas que entenderem essa mudança mais cedo — e conseguirem combinar automação, inteligência analítica e visão estratégica — terão uma vantagem significativa. No fim das contas, o marketing do futuro não será sobre apertar botões. Será sobre ter repertório, visão e coragem para fazer as perguntas certas — e garantir que a IA esteja respondendo do jeito certo.