Durante muitos anos, a importação de produtos da China esteve envolta em estigmas e mal-entendidos. Para pequenos e médios varejistas, o cenário pode parecer distante, complexo ou inível, o que, em muitos casos, impede o aproveitamento de oportunidades reais de crescimento.

Mas quais são, afinal, os principais mitos sobre importar da China? E o que os varejistas realmente precisam saber antes de descartar – ou abraçar – essa estratégia?
Mito 1: Tudo que vem da China é barato (e só isso importa) 67202j
Embora a China ofereça preços competitivos em uma ampla gama de categorias, nem tudo por lá é mais barato – e o preço, por si só, não deve ser o único critério de decisão.
Itens com maior complexidade técnica ou que estejam sujeitos a altas tarifas de importação no Brasil, como determinados equipamentos industriais ou produtos com similar nacional protegido, podem acabar com um custo final elevado. No entanto, isso está longe de ser regra.
Categorias como Casa & Decoração, Moda, órios, Eletrônicos, Pets e Esportes seguem oferecendo oportunidades com excelente custo-benefício para quem deseja escalar a operação e diversificar o portfólio.
Em 2024, o Brasil importou produtos chineses no valor total de US$ 72,08 bilhões, representando um crescimento de 22% no comparativo anual, com destaque para veículos elétricos e autopeças.
Mito 2: Todos os produtos chineses são cópias de baixa qualidade 4d63v
A ideia de que a China só fabrica cópias baratas é ultraada. O país investiu massivamente em pesquisa e desenvolvimento (P&D), automação industrial e propriedade intelectual ao longo da última década. Hoje, é um dos maiores centros de inovação tecnológica do mundo, liderando setores como IA, IoT e energias renováveis.
Para se ter uma ideia, entre 2014 e 2023, foram registradas mais de 38 mil patentes relacionadas à inteligência artificial generativa (GenAI) pela China, número seis vezes superior ao dos Estados Unidos no mesmo período.
Recentemente, vídeos viralizaram nas redes sociais mostrando supostos fabricantes chineses afirmando que bolsas de grifes de luxo são produzidas integralmente na China, sendo finalizadas ou personalizadas em países como Itália ou França, apenas o suficiente para receber o selo de origem.
O caso gerou repercussão mundial e, mesmo diante da negativa das marcas envolvidas, não é novidade que empresas globais como Apple e Nike têm parte significativa de sua produção na China, o que valida a infraestrutura, a mão de obra qualificada e o rigor técnico presentes em muitos polos industriais do país.
É claro que, como em qualquer mercado, existem fornecedores com diferentes níveis de entrega. Mas isso não é um sinal de baixa qualidade, e sim de diversidade de oferta.
Com boa curadoria, é possível encontrar parceiros altamente especializados, ideais para quem deseja desenvolver marcas próprias, lançar produtos personalizados ou se diferenciar com design e controle de qualidade no mercado nacional.
Mito 3: Só grandes empresas conseguem importar 4f1r6o
Outro equívoco comum é imaginar que apenas grandes players do varejo estão aptos a importar. Na realidade, é possível começar a importar com investimentos a partir de R$ 2 mil.
Para isso, é necessário ter um CNPJ com CNAE compatível com atividades de comércio exterior e se habilitar no Radar Siscomex – um cadastro exigido pela Receita Federal com o objetivo de regulamentar operações comerciais internacionais e rastrear atividades aduaneiras, incluindo importação e exportação.
A partir daí, o o ao mercado global se torna viável e estratégico: é possível adquirir produtos com maior margem, oferecer novidades exclusivas, ganhar profundidade de estoque e escalar com inteligência.
Além disso, existem modelos de importação sob demanda, com pedidos menores e soluções de frete consolidado, que facilitam a entrada de novos importadores no ecossistema global. Em vez de se prender à ideia de que são necessários contêineres cheios, cada vez mais empreendedores têm começado com remessas pequenas, mas bem planejadas.
Importar com propósito é escalar com inteligência 3l6556
Importar da China não é solução mágica, mas uma estratégia ível e eficaz para empresas que querem se destacar. Exige estudo, planejamento e visão de longo prazo. Com os parceiros certos, os ganhos em margem, variedade e diferenciação tornam-se reais e íveis até para quem deseja ir além do óbvio.